Descarbonização da Saúde: 6 dicas para um hospital mais sustentável

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Os investimentos na redução de carbono, a descarbonização, cada vez mais se tornam profícuos, resultando na adesão de mais entidades e setores em prol de atividades mais sustentáveis. Na Saúde, a atuação com foco em atividades ambientalmente responsáveis traduz um movimento global, o qual reúne os esforços de diferentes instituições em todo o mundo.

A descarbonização na Saúde é um processo complexo, cujo êxito só é possível por meio da integração e adoção de práticas mais sustentáveis ao longo de todo o ecossistema que envolve a instituição de Saúde, a exemplo dos fornecedores, logística, profissionais e, até mesmo, os processos em papel nos hospitais.

Nesse contexto, é preciso entender o que envolve esse processo e quais estratégias são verdadeiramente efetivas, frente ao desafio de uma Saúde sustentável. Por isso, para esclarecer os principais pontos da descarbonização da Saúde preparamos este artigo com dicas, cases brasileiros e um conjunto de ações que as instituições de Saúde podem adotar. Continue a leitura e saiba mais.

Qual é o impacto da Saúde na emissão de carbono mundial?

Serviço essencial, a Saúde mundial tem sido há muitos anos estimulada a adotar de um posicionamento efetivo na redução da emissão de carbono.

Dados da organização Saúde sem Dano, uma coalizão internacional de hospitais e sistemas de Saúde, apontou que os serviços de Saúde são responsáveis por mais de 4,4% do total das emissões líquidas globais.

Para tornar mais claro o impacto desse percentual, o estudo explica que se fosse um país, o setor de Saúde ocuparia a 5ª posição em emissão de gás carbônico no planeta

Pesquisas evidenciam um aumento significativo nas emissões de carbono nos sistemas de Saúde em todo mundo, com previsão de triplicação dos números até 2050 caso nenhuma ação de mitigação seja adotada. Isso representa o aumento de 6 gigatoneladas de carbono lançado à atmosfera por ano.

E para que possamos compreender o impacto disso é preciso destacar que, a alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera promove a poluição do ar, além de formar chuvas ácidas e potencializar o efeito estufa.

De forma contundente na vida das pessoas, todos esses efeitos têm gerado alerta vermelho na Organização Mundial da Saúde, que já reconhece as transformações ambientais como causa para um quarto de todas as doenças e mortes que ocorrem no mundo.

Em crianças, o índice de mortalidade devido às condições ambientais chega a 36%, especialmente estimulados em países em desenvolvimento pela insegurança hídrica e alimentar, e pela poluição do ar.

Por que pensar na descarbonização da Saúde é importante?

Pensar na descarbonização da Saúde é fundamental porque isso representa um cuidado com a qualidade de vida das pessoas e a vida no planeta. Entidades de Saúde do mundo todo já estão reconhecendo essa pauta como demanda urgente para o setor, especialmente, pelo seu caráter essencial.

Dessa forma, considerar a descarbonização da Saúde é mais do importante, é indispensável para as pautas de gestão, estando em linha com indicadores estratégicos inclusive para a concessão de investimentos para as organizações, a exemplo das práticas de ESG.

Quem tem pensado na sustentabilidade ambiental no Brasil?

Hospital Sírio-Libanês

O Hospital Sírio-Libanês é uma referência para o enfrentamento das emissões de carbono da Saúde no Brasil.

Em 2020,  a instituição ganhou reconhecimento de categoria ouro da Health Care Without Harm, organização que lidera o movimento global de responsabilidade socioambiental na Saúde.

Durante o período, o hospital repetiu a meta de redução de 15% das emissões de gases do efeito estufa, além de compensar 100% das 7.581 toneladas de CO2 equivalente emitidos.

Para atingimento dessas metas, foi preciso:

  • uso de bicicletas para entrega de resultados e laudos;
  • preferência por veículos de consumo de etanol para transporte de materiais;
  • substituição do gás R-134a do chillere, com regeneração do volume restante;
  • aquisição de energia renovável para suprimento de 45% do consumo de energia elétrica;
  • destinação de resíduos com garantia de recuperação energética do metano.

Hospital Pequeno Príncipe

O Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, foi a primeira unidade pediátrica do Brasil e a segunda em escala geral a assumir um compromisso com a redução das emissões de carbono.

Uma parceria firmada entre a entidade e a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), pretende garantir a compensação de 822 toneladas de carbono emitidas pelo Hospital em 2019.

A compensação ocorrerá mediante a proteção e manejo de dez hectares de florestas nativas presentes na Reserva Natural das Águas, uma área mantida pela SPVS no município de Antonina, região litorânea do Paraná.

De forma simbólica, a parceria foi firmada no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho deste ano.

Hospital Albert Einstein

A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) assinou em 2021 a carta de adesão ao Programa Mundial Race to Zero (Rtz), uma ação global das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

Com isso, a entidade se compromete a reduzir minimamente 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, chegando a ponto de zerá-las até 2050.

Núcleo de Hospitais Sustentáveis

Além dessas unidades, há ainda no Brasil o Núcleo de Hospitais Sustentáveis ligado ao Hospital das Clínicas de Botucatu.

O órgão reúne entidades empenhadas na sustentabilidade hospitalar e desenvolve a partir delas estratégias de mobilização e reparação dos danos ambientais provocados por organizações de saúde.

6 estratégias para um hospital mais sustentável

1. Adoção de energia limpa

O uso de energia limpa e renovável é fundamental para garantir o funcionamento sustentável dos hospitais. Exemplo disso são energia elétrica a partir de placa solar e gerador de energia eólica.

2. Pensar em novos investimentos em transporte sustentável

Veículos de combustão a partir de matéria-prima biodegradável são vantajosos para contribuir no processo de tornar os hospitais mais sustentáveis. Adoção de bikes também pode contribuir, assim como foi realizado no Hospital Sírio-Libanês.

3. Digitalização dos processos

A digitalização dos processos na Saúde é tratada como uma estratégia fundamental para tornar um hospital mais sustentável. O segmento é um grande consumidor de papel.

Algumas ferramentas para substituição do papel são:

Certificados Digitais

Sistema de identificação digital com validade jurídica que possibilita o registro seguro e autônomo de autorizações documentais, garantindo segurança e eliminando a necessidade de impressão.

O Certificado Digital para a Saúde é uma ferramenta importantíssima no processo de digitalização, uma vez que permite a validação de despachos, relatórios, pesquisas, documentos oficiais, entre outros, por meio de identificação virtual.

Prescrição Eletrônica

A prescrição eletrônica é outra ferramenta indispensável para as unidades hospitalares da atualidade.

Com ela, os profissionais de Saúde registram todo o atendimento ao paciente e permite que esse histórico hospitalar fique acessível tanto para o paciente quanto para outras unidades.

Assine.Online

A plataforma Assine.Online é um eficiente gestor de documentação que garante a digitalização, gestão e validação de documentos.

O sistema proporciona, especialmente, o aumento de produtividade, mais segurança na preservação desses registros e economia de gastos com transporte, burocracias e armazenamento de papéis.

4. Incentivo na cadeia de suprimentos

Para além das ações internas, é também preciso estimular que os fornecedores pertencentes à cadeia de suprimentos da Saúde estejam alinhados às práticas mais sustentáveis.

5. Definição de metas a cumprir

É preciso que a unidade comprometida com a descarbonização estabeleça as metas a atingir. Isso significa, antes de tudo, reconhecer os números de emissão de carbono já existentes e trabalhar para reduzi-los e compensá-los. Nesse momento, o apoio de uma consultoria externa tende a ser assertivo.

6. Implementação de uma gestão em sustentabilidade hospitalar

Para que tudo isso se cumpra de forma eficiente, um gestor em sustentabilidade hospitalar assegura que os procedimentos ocorram de forma técnica, qualificada e eficiente.

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