Desafios da contabilidade: saiba como se adaptar à crise da COVID-19

- Tempo de leitura: 11 minutos.

A pandemia do novo coronavírus paralisou a economia mundial. No Brasil, os impactos foram tão grandes que, segundo a Confederação Nacional das Indústrias, em apenas 80 dias, a doença conseguiu paralisar 76% da indústria nacional. Diante desse quadro, os desafios da contabilidade são imensos: como se adaptar a esse novo cenário?

Este post tem como objetivo diagnosticar as mudanças pelas quais a contabilidade vem passando em tempos de pandemia, mostrar a você o que precisa ser feito para se manter no mercado e permitir a visualização do futuro dos escritórios contábeis! Confira!

Quais são os impactos da pandemia de COVID-19 na contabilidade?

A crise do coronavírus afeta os escritórios de muitas formas diferentes, repercutindo em desafios da contabilidade como os que você verá abaixo.

Refazimento de demonstrações

O foco no registro/controle dos atos e fatos econômicos, financeiros e patrimoniais torna o exercício da contabilidade bastante sensível às mudanças na dinâmica empresarial. Com a pandemia, o primeiro efeito nos escritórios contábeis é a necessidade de ajustar estimativas e demonstrativos já feitos para o exercício, considerando:

  • maior volatilidade no preço de insumos e flutuação mais intensa no câmbio, acarretando ajustes no fluxo de caixa futuro;
  • paralisações na cadeia de suprimentos;
  • aumento na Previsão de Devedores Duvidosos (PDD) devido à perspectiva de aumento do desemprego e falência de organizações;
  • redução das estimativas de receitas por conta de cancelamento de contratos;
  • conversão de passivos contingentes em provisões, exigindo atualizações no balanço patrimonial.

Redesenho da programação de entrega de prestações contábeis

Outro entre os desafios da contabilidade é se atualizar com relação às mudanças no calendário de entrega das obrigações acessórias, já que muitas declarações/pagamentos foram postergados devido ao fechamento das empresas.

Embora o maior tempo de cumprimento seja um fato positivo, a necessidade de reprogramar todo o fluxo de entregas pode resultar em perda de prazo. Você vai precisar de um bom sistema de gestão contábil para automatizar um cronograma recheado de alterações:

  • postergação do FGTS: os valores referentes a abril, maio e junho/2020 poderão ser pagos em 6 parcelas, de julho a dezembro/2020;
  • redução do IPI: a zero sobre determinados produtos hospitalares (até 30/9/2020);
  • entrada do 3º grupo no eSocial: esse grupo, que abrange optantes pelo Simples Nacional, empregadores pessoa física, produtores rurais PF e organizações sem fins lucrativos, tinha previsão para começar a remeter as folhas de pagamento a partir de setembro/2020, mas o governo já anunciou que divulgará um novo calendário nas próximas semanas.

Perda de clientes e necessidade de “jogo de cintura” para aditar contratos

Depois de 100 dias de pandemia, a Associação Nacional dos Restaurantes estimou que 35% dos estabelecimentos com mais de uma loja fecharam unidades permanentemente. No mesmo período, a Marins Consultoria contabilizou um total de 780 mil empresas falidas por causa da COVID-19.

Em um cenário como esse, a renegociação de contratos é inevitável, e exigirá muita flexibilidade dos escritórios contábeis para enxugar custos (o que impõe automatizações) e, com isso, ser capaz de oferecer os mesmos serviços por preços mais atrativos.

A ordem do dia para os empreendedores do setor é fazer o impossível para perder o mínimo de clientes, tendo em mente que quando os efeitos da pandemia passar, os escritórios que mantiveram sua base tendem a voltar a crescer de modo mais sólido. Esse é um dos mais importantes desafios da contabilidade.

Como o profissional de contabilidade deve se posicionar nesse momento?

São os profissionais contábeis que cuidam da saúde das empresas, alimentam as organizações com informações críticas para a tomada de decisões e fazem a ponte entre elas e o Fisco. Essa responsabilidade exige uma estratégia cirúrgica para se adequar a esse momento sem precedentes em nossa história.

Digitalização total das atividades

Com o fechamento de praticamente toda a economia mundial, passou a ser crucial ao escritório contábil digitalizar integralmente suas atividades. Aqui, é especialmente importante o compartilhamento de dados em nuvem, de forma que não seja preciso ter acesso a documentos físicos para cumprir obrigações fiscais.

Nesse contexto, os escritórios que já conseguem otimizar processos com automatização sentirão muito menos a violência desse furacão chamado coronavírus do que os que ainda insistem em manter um grande volume de tarefas manuais.

Caso seu escritório ainda não tenha aderido plenamente à transformação digital, o passo “zero” para se posicionar adequadamente diante desse “novo normal” é implementar um sistema de gestão contábil de alta performance, que facilite suas operações com apuração automática de tributos, atualização instantânea de legislação, automatização de escrita fiscal etc.

Internalização do home office na cultura do escritório

A partir desse passo decisivo (a digitalização total, considerada um dos grandes desafios da contabilidade), sua empresa reduz significativamente a dependência do “escritório físico”, abrindo espaço para colocar todos os funcionários em home office com entrega de demonstrações mediante sistemas em nuvem e Assinatura Digital.

O trabalho a distância torna sua empresa menos pesada, derrubando custos com locação de salas, manutenção de computadores, energia elétrica etc. Ao mesmo tempo, aumenta a produtividade global de seu time, permitindo renegociar contratos e, assim, manter clientes.

Consultoria financeira e proposição de soluções de liquidez

Um dos grandes erros de alguns contadores é acreditar que trabalha para o Fisco, mentalidade que torna esses profissionais meros preenchedores de declarações, ocupando um papel estático e indiferente à empresa-cliente.

Em um período ímpar na economia mundial, com desidratação de liquidez na maioria das companhias (prenúncio de insolvência), um dos grandes desafios da contabilidade é se tornar mais consultora e menos intermediária contábil, mais assessora econômica que apenas remetente de obrigações fiscais. Cabe ao contador ajudar na tomada de decisões, especialmente das micro e pequenas empresas.

Atenção às estratégias legais de elisão tributária

A pandemia obrigou a Receita Federal a prorrogar o prazo de entrega da declaração de IRPF, bem como da Declaração Anual do Simples Nacional — Microempreendedor Individual (DAS-SIMEI). Mas há um oceano de outras mudanças que precisam estar no radar dos contadores.

É preciso lembrar, por exemplo, que a Portaria nº 12/2012 (do Ministério da Economia) permite o adiamento do pagamento de tributos federais (por 3 meses) a cidadãos e empresas de estados que decretaram calamidade pública.

Outra questão importante nesse momento de crise passa por promover a habilitação das empresas para recuperação dos créditos de PIS e COFINS sobre insumos, recolhidos indevidamente nos últimos 5 anos (segundo jurisprudência do STJ). Esse é um recurso legal, e que pode ser feito sem necessidade de ação judicial, ajudando a reduzir a carga tributária de empresas em situação difícil.

E quanto ao futuro da contabilidade pós-pandemia?

Falamos dos desafios da contabilidade no curto prazo. Mas, e quanto ao futuro? O que mudará nos escritórios contábeis no pós-pandemia?

Como você percebeu, a principal mudança diante do “novo normal” pós-coronavírus é a virtualização dos escritórios de contabilidade para reduzir custos.

Forçadas a investir em tecnologia em nuvem (sistemas de gestão que eliminam de vez a tramitação de papel), muitas empresas que estavam ficando para trás nesse processo de transformação digital finalmente entenderam que não há como sobreviver fazendo contabilidade como se fazia no início dos anos 2000. E essa nova dinâmica significa ter quase a totalidade dos colaboradores em home office.

Outro cenário provável é que a retração econômica brasileira “empurre” o governo a acelerar a Reforma Tributária, redirecionando a proposta legislativa no sentido de enxugar tributos e reduzir a complexidade do sistema fiscal brasileiro. Com empresas com faturamento reduzido, é crucial ter um modelo de prestação de contas que seja simples, com menor diversidade de impostos e obrigações fiscais.

Por fim, não há dúvidas de que a crise econômica continuará exercendo pressão sobre os contratos contábeis, o que tende inclusive a criar uma demanda de serviços “express”, no qual a empresa centraliza muitas de suas obrigações, delegando aos escritórios apenas o cumprimento das prestações tributárias mais complexas. Será preciso estar preparado para esse grau de flexibilização.

Independente do cenário que teremos no futuro, você, profissional contábil, pode contar com a parceria da Soluti, temos um programa de parceria exclusivo para contadores liberais ou escritórios de pequeno, médio e grande porte.

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