Receita médica digital, física ou digitalizada: conheça a diferença, vantagens e o uso de cada uma

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O uso do receituário digital por médicos, dentistas, pacientes e farmácias faz parte do avanço tecnológico percebido pelos brasileiros nos últimos anos, sendo impulsionado pela necessidade de isolamento social devido à pandemia.

Em março de 2020, de acordo com dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas 22% dos médicos brasileiros possuíam Certificado Digital. Em novembro de 2021, essa porcentagem passou para 57%.

Entre dezembro/20 e janeiro/21, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) registrou um crescimento de 93% das emissões digitais para atestados, pedidos de exame, prescrição e dispensação de medicamentos, ao considerar todo o território nacional.

As farmácias também se adaptaram rapidamente a esse cenário, utilizando diversos aplicativos que possibilitam a dispensação dos medicamentos, conforme a legislação vigente. É importante notar que a receita digital não se restringe ao uso de teleconsultas, podendo também ser gerada a partir de consultas presenciais, melhorando a experiência de todos os envolvidos.

Nesse contexto, a versão digital da prescrição médica ganha espaço. Entretanto, vale lembrar que existem outros formatos para a emissão da receita, como em papel. Acompanhe, a seguir, as diferenças entre os tipos de receituário, as vantagens e usos de cada uma deles. Boa leitura.

Receituário digital, digitalizado ou físico?

Apesar das três formas de receita aparentarem ser a mesma coisa, elas contam com diversas características únicas. Ou seja, mesmo tendo um fim igual — o de receitar medicamentos, por exemplo —, elas atuam de formas diferentes.

O receituário físico é amplamente conhecido, tanto por profissionais da área da Saúde, quanto por pacientes. As dúvidas começam a surgir quando se trata de receituário digital e digitalizado.

A principal diferença está na origem desses documentos, assim como no grau de segurança quanto à integridade das informações e autenticidade. Veja, a seguir, as principais características desses três tipos de receita.

Receita Física

É o modelo de receituário mais tradicional, caracterizada por utilizar papel como suporte físico, contendo os dados do profissional prescritor, os dados do paciente e a prescrição dos medicamentos, com dosagem e modo de uso.

Apresenta valor legal com a assinatura manuscrita do médico/dentista e possíveis carimbos com informações adicionais, como número de registro no CRM ou CRO.

Tratando de medicamentos controlados, a farmácia efetiva a venda apenas com a retenção da receita física original, com o intuito de evitar que o paciente adquira uma super dosagem e de prestar conta junto aos órgãos de fiscalização.

Benefícios da receita física:

  • É o modelo de receita mais conhecido;
  • Vasta legislação que regulariza esse tipo de receituário, de forma detalhada.

Desvantagens da receita física:

  • Dificuldades na leitura da receita por conta da caligrafia, o que pode gerar erro na dosagem dos medicamentos;
  • Riscos de falsificação altos;
  • Custos com papel;
  • Deslocamentos para a retirada da receita;
  • Riscos altos de perda da receita;
  • Para medicamentos controlados, o paciente precisa ir à farmácia e pode esquecer de levar a receita.

Receita Digital

É o modelo mais moderno e tecnológico, gerado a partir de software (como aplicativos), de forma totalmente eletrônica. Segue todos os pré-requisitos da receita física.

É caracterizada por apresentar a assinatura digital, gerada por meio do Certificado Digital, padrão ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira) do médico/dentista, que confere integridade e autoria ao documento.

A assinatura digital possui métodos de verificação da autenticidade e autoria do receituário digital, baseados em criptografia. Para que o médico ou dentista assinem digitalmente, é necessário adquirirem um Certificado Digital, que é pessoal e intransferível.

O receituário digital pode ser enviado ao paciente por e-mail, aplicativo ou programas de mensagem instantânea.

A farmácia recebe essa receita, preferencialmente por aplicativo, confere a integridade e autoridade e dá baixa no sistema, impedindo novas aquisições dos remédios controlados, pela mesma receita, em outra farmácia.

As farmácias que trabalham com substâncias antimicrobianas e/ou sujeitas a controle especial, devem enviar inventário de venda desses medicamentos por meio eletrônico para a Anvisa.

Benefícios da receita digital:

  • Alta legibilidade das informações;
  • O paciente pode enviar a receita para a farmácia e receber o medicamento em casa;
  • Elimina deslocamentos e custos com impressão;
  • Sem riscos de perdas da receita, já que o arquivo digital pode ser acessado sempre;
  • Possibilidade de manter um histórico das receitas;
  • Preservação dos dados dos pacientes, seguindo a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados);
  • Considerada uma forma segura de transmissão dessa receita entre médico/dentista, paciente e farmácia.

Desvantagens da receita digital

  • Médicos, dentistas, pacientes e farmácias precisam aprender a lidar com o novo sistema;
  • A legislação é nova e focada no contexto da pandemia. Entretanto, vale lembrar que essa opção deve continuar após o contexto pandêmico.

Receita Digitalizada

Caracteriza-se por ser originalmente uma receita física, digitalizada a partir de instrumentos tecnológicos como scanners, máquinas fotográficas e smartphones (imagem ou PDF). Não apresentando valor legal e podendo ser facilmente adulterada.

Benefícios da receita digitalizada:

  • Maior visualização do receituário. Ou seja, paciente pode lembrar o modo de uso do medicamento ao longo do dia;
  • Facilita o conhecimento do nome dos remédios. Isso ajuda na ida à farmácia para comprar medicamentos que não exigem apresentação da receita.

Desvantagens da receita digitalizada:

  • Não tem valor legal;
  • É válida para comprar apenas remédios de tarja vermelha (sem retenção de receita) e isentos de prescrição médica.

Receituário digital é regulamentado?

Conheça a seguir a legislação que possibilita o uso da receita digital e a torna cada vez mais comum no dia a dia do brasileiro.

Portaria nº344, de 12 de maio de 1998

Aprova o regulamento técnico de medicamentos sujeitos a controle especial.

Ofício nº7, de 19 de fevereiro de 2020 (SEI/GPCON/GGMON/DIRES/ANVISA)

Trata sobre o uso de assinatura digital em receituário de medicamentos sob controle especial.

Portaria nº467, de 20 de março de 2020

Dispõe sobre a telemedicina, de forma excepcional e temporária. Permite seu uso para enfrentamento da pandemia.

Resolução (RDC) nº357, de 24 de março de 2020

Permite, temporariamente (durante a pandemia), a entrega à domicílio dos medicamentos sujeitos a controle especial, a partir da apresentação de receita digital.

Lei nº13.989, de 15 de abril de 2020

Regula o uso da telemedicina durante a pandemia causada pelo Coronavírus.

Quais medicamentos podem ser prescritos de forma digital?

A Soluti disponibiliza uma solução própria e gratuita para médicos, dentistas, pacientes e farmácias utilizarem como suporte para prescrição e dispensação por receituário digital.

Confira abaixo alguns dos medicamentos que podem ser prescritos:

  • Antimicrobianos;
  • Tarja vermelha;
  • Receita branca: listas C1 e C5;
  • Receita amarela: adendos das listas A1, A2 e A3;
  • MIP (medicamento isentos de prescrição).

Receita digital: quais medicamentos não podem ser prescritos?

  • Receita amarela NRA: medicamentos que exigem notificação de receita;
  • Receita azul: listas B1 e B2;
  • Medicamentos que exigem notificação de receita especial para retinoides (uso sistêmico) e talidomida.

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